Painel Inédito sobre as Pessoas Idosas é lançado pelo Observatório da Cidadania de MS

Postado por: Claiane Lamperth

Ferramenta interativa traz informações sobre expectativa de vida, trabalho, saúde, moradia e muito mais

     O Observatório da Cidadania de Mato Grosso do Sul (OCMS) lança, nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, o Painel sobre as Pessoas Idosas no Mato Grosso do Sul e nos 79 municípios. A plataforma reúne dados e indicadores sobre população residente com 60 anos ou mais, incluindo informações sobre alfabetização, envelhecimento e expectativa de vida, trabalho, condições de moradia, principais doenças virais e violações dos direitos humanos. As informações têm como base fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), DATASUS e Disque 100.

     O painel permite aos usuários ter uma visão geral do estado e conhecer a realidade de cada um dos 79 municípios individualmente de forma visual e dinâmica abordando temáticas relacionadas a qualidade de vida. E ainda, possui uma página com informações sobre os conselhos e fundos municipais dedicados a população idosa. 

     “O Brasil e o Mato Grosso do Sul estão envelhecendo, precisamos nos conscientizar dessa realidade e identificar as necessidades que ainda precisam ser atendidas. O envelhecimento é um processo que atravessa gerações e exige escuta e compromisso coletivo para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ao dar visibilidade aos dados por meio de um painel, estamos buscando evidenciar o atual cenário para que ações sejam promovidas no sentido de atender às necessidades das pessoas idosas e fortalecer o compromisso com a cidadania e os direitos humanos no estado”, explica o coordenador do OCMS, professor Samuel Oliveira. 

     Conheça as seções do Painel das Pessoas Idosas e alguns destaques sobre as temáticas.

Quem predomina no Mato Grosso do Sul, homens idosos ou mulheres idosas?

     Aproximadamente 14,2% da população estadual é composta por pessoas com 60 anos ou mais, as mulheres predominam sobre os homens: cerca de 53,6% são mulheres. 

     Em 12 anos, de 2010 a 2022, a população idosa saltou de 239,3 mil para 391,1 mil, o grupo que apresentou maior crescimento proporcional foi o de pessoas idosas autodeclaradas pretas, que passou de 13,1 mil para 26,9 mil. Outros grupos que quase dobraram de tamanho foram os autodeclarados pardos e brancos, com crescimento de 77,5%  e 51,6%, respectivamente. Esses dados estão disponíveis na seção ‘População Residente’, onde também é possível acessar indicadores da população idosa em nível estadual e municipal, segmentados por cor/raça e gênero.


 Qual faixa etária tem mais pessoas alfabetizadas? 

     O estado possui uma taxa de alfabetização de 94,61%, entre as pessoas idosas. Entre as pessoas com 65 anos ou mais, aproximadamente, 214,7 mil pessoas são alfabetizadas e cerca de 49,7 mil não alfabetizadas. Dos 79 municípios, apenas dez têm taxa de alfabetização entre pessoas idosas acima da estadual (95,09%): Campo Grande, Chapadão do Sul, Três Lagoas, Dourados, Ladário, São Gabriel do Oeste, Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Nova Andradina. Ao visitar a seção no painel, outros dados gerais e segmentados sobre a temática podem ser visualizados.

O envelhecimento populacional tem cor/etnia?

     Entre os Censos IBGE 2010 e 2022, a população sul-mato-grossense envelheceu, saltando de 39 para 64 pessoas idosas para cada 100 jovens com até 14 anos. Um dos destaques é a população autodeclarada preta, que apresenta um índice de envelhecimento superior à média nacional: 93,57 contra 83,84. Outro indicador que evidencia o envelhecimento é a ‘idade mediana’, que divide a população em duas metades iguais. Em Mato Grosso do Sul, a  idade mediana de 33 anos, dois anos abaixo da nacional. No estado, os homens e mulheres autodeclarados indígenas são os que apresentam a menor idade mediana: 22 anos. 

Quem vive mais no MS, homens ou mulheres?

     As mulheres sul-mato-grossenses vivem, em média, 4 anos a mais que os homens. Além disso, as mulheres no estado vivem dois anos a mais que a média nacional. Outro dado que chama atenção são as taxas de mortalidade por faixa etária. Entre os 60 e 89 anos, o índice se mantém abaixo de 5 mil óbitos por 100 mil pessoas. No entanto, entre as pessoas idosas com 90 anos ou mais, a taxa salta para mais 20 mil óbitos por 100 mil habitantes, refletindo os desafios da longevidade em idades mais avançadas.


O mercado de trabalho está mais inclusivo?

     Em 2024, o mercado de trabalho formal encolheu para a população idosa em Mato Grosso do Sul, com redução líquida de 2.413 postos de trabalho ocupados por pessoas com 65 anos ou mais. Entre as pessoas idosas com ensino médio completo, 51,37% foram desligados e 48,63% admitidos. No período, a maioria das admissões e demissões ocorreu entre os homens. Para saber mais detalhes sobre empregabilidade, acesse a seção ‘Trabalho’ do novo painel. 

Onde vivem as pessoas idosas: casa própria, apartamento ou aluguel?

     Em Mato Grosso do Sul, 40.627 idosos vivem em imóveis alugados, o que pode refletir diferentes condições socioeconômicas dentro desse grupo. Outro dado relevante diz respeito ao acesso ao saneamento básico: cerca de 124 mil pessoas idosas declararam não ter banheiro ou sanitário em casa. Entre essas pessoas, 60% se autodeclaram pardas, 16,46% brancas, 15,46% pretas e 7,35% indígenas. Essas e outras informações estão disponíveis na seção ‘Moradia’, que permite a visualização detalhada de dados sobre tipos de habitação e condições de infraestrutura.

Quais faixas etárias estão mais vulneráveis à Dengue e Zika?

     A análise epidemiológica de doenças como COVID-19, Influenza, Dengue e Zika em pessoas idosas revela que a faixa etária entre 60 e 64 anos foi a mais afetada por casos de Dengue e Zika. Entre as doenças analisadas, a Influenza registrou o maior número de casos em 2024, com notificações ao longo de todo o ano. A seção também apresenta dados detalhados sobre a incidência de Zika por faixa etária, evolução dos casos e outras informações relevantes sobre o perfil epidemiológico dessas doenças

Violação de direitos: o que os dados dizem sobre quem mais sofre?

     No Brasil, 67,4% dos casos de violação dos Direitos Humanos contra pessoas idosas foram cometidos contra mulheres. A faixa etária com o maior número de vítimas é a de  70 e 74 anos. No total, foram registradas 238.251 violações em 32.550 denúncias. O Mato Grosso do Sul acompanha a tendência nacional quanto aos principais alvos das violações: mulheres e pessoas idosas entre 70 e 74 anos. Aprofunde seu conhecimento sobre o assunto com mais dados e indicadores na seção Violação dos Direitos Humanos.

Quais municípios têm uma rede de apoio voltada exclusivamente às pessoas idosas?  

     No estado, a rede de atenção à pessoa idosa abrange 58 Conselhos Municipais e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Mato Grosso do Sul. Os conselhos são órgãos formados por representantes do governo e da sociedade para orientar e deliberar sobre políticas públicas para pessoas idosas. Dos 58 conselhos municipais, apenas 8 estão inativos e 13 municípios onde há um conselho não tem um Fundo Municipal da Pessoa Idosa, ou seja, não possuem mecanismo exclusivo de financiamento de programas e projetos de promoção dos direitos das pessoas com 60 anos ou mais. Na seção, Conselhos e Fundos Municipais há endereço e outras informações sobre o assunto. 

     Os dados do Painel das Pessoas Idosas no estado estão organizados em seções temáticas com gráficos interativos de fácil compreensão. Para explorar os indicadores dos 79 municípios sul-mato-grossenses, acesse o painel disponível no site do OCMS.

     Equipe OCMS