Mesa-redonda sobre preconceito contra a pessoa idosa encerra o Mês da Pessoa 60+

Postado por: Claiane Lamperth

     Para encerrar a série de eventos do Mês da Pessoa 60+, promovidos pelo Programa Institucional Universidade Aberta à Pessoa Idosa (Unapi) e o Observatório da Cidadania de Mato Grosso do Sul, será realizada uma palestra sobre idadismo, no dia 27 de julho, às 14 horas, no Auditório do Complexo EAD e Escola de Extensão na Cidade Universitária. A iniciativa é alusiva ao Junho Prata e ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa.

     Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania o idadismo é a discriminação baseada na idade de uma pessoa, seja ela jovem ou idosa, e também é conhecida como etarismo. Semelhante ao racismo e ao sexismo, o idadismo perpetua estereótipos negativos, promove tratamento injusto e restringe oportunidades com base na idade cronológica. O Programa “Sou Idoso” da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foi desenvolvido pela Diretora de Atenção ao Servidor, Suzi Miziara para promover a sensibilização sobre o assunto. “Quando alguém é vítima desse tipo de discriminação, sua capacidade é subestimada apenas por causa da idade”, afirma Miziara. Ela destaca que o idadismo é um preconceito negativo e muitas vezes silencioso, cujos impactos são profundamente sentidos na vida das pessoas.

     Segundo o Gerente do Observatório da Cidadania de Mato Grosso do Sul, Leonardo Chaves, a mesa-redonda vai de encontro com o Programa “Sou Idoso” da UFMS que foi implantado em 2021. “A Universidade é um ambiente que estimula o convívio, a integração entre pessoas de diferentes gerações visando o acolhimento de estudantes, servidores bem como de toda a sociedade”.

     A professora do curso Medicina da UFMS e colaboradora da Unapi, Rosimeire Freitas, destaca que eventos como este são essenciais para promover o encontro entre gerações e superar preconceitos. “A sociedade paradoxalmente não acolhe bem os idosos, devido à valorização excessiva da juventude”. Freitas enfatiza que esse movimento busca fomentar uma convivência respeitosa e uma solidariedade intergeracional, visando uma sociedade inclusiva onde todos possam envelhecer com dignidade.

     O etarismo pode se manifestar de diversas maneiras, desde situações de emprego até o acesso a serviços e tratamento social, refletindo uma forma de discriminação que muitas vezes passa despercebida ou é menos discutida. Pessoas com mais de 60 anos enfrentam tanto preconceitos explícitos quanto sutis, como estereótipos que as retratam como frágeis ou incompetentes. Isso resulta em discriminação no mercado de trabalho, negando-lhes oportunidades, e no sistema de saúde, onde seus cuidados podem ser negligenciados sob o pressuposto de serem normais para sua idade, impactando significativamente suas vidas e bem-estar.

     A exclusão social também é uma forma de idadismo, onde pessoas com mais de 60 anos são ignoradas ou excluídas de contextos sociais, comunitários ou até mesmo familiares. Há também o problema da infantilização, onde esses idosos são tratados como crianças, não sendo respeitados em suas decisões e autonomia.

     Combater o idadismo exige um esforço conjunto, da sociedade, terceiro setor e órgãos públicos para promover respeito e igualdade entre as gerações. Isso inclui campanhas educativas sobre os impactos causados por essa violência contra pessoas com mais de 60 anos, diversificação da representação de todas as idades na mídia e política, e legislação que protege contra a discriminação por idade. Incentivar interações intergeracionais, usar linguagem inclusiva, empoderar pessoas mais velhas e promover políticas de envelhecimento ativo são essenciais para construir uma sociedade que valoriza a diversidade etária e reconhece as contribuições de todos, independentemente da idade.

    Durante o evento foi distribuído um folder impresso sobre Idadismo, disponível abaixo para baixar, compartilhar e usar em ações de combate à violência contra a pessoa idosa.

     folder2_idadismo

     Equipe OCMS